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ONS: obra para interligar Roraima ao sistema nacional deve ficar pronta em janeiro de 2026
Postado em: 07/02/2025
ONS: OBRA PARA INTERLIGAR RORAIMA AO SISTEMA NACIONAL DEVE FICAR PRONTA EM JANEIRO DE 2026
Por Renan Monteiro
Brasília, 06/02/2025 – A obra responsável pela interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) deverá ser concluída em janeiro de 2026, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ao Broadcast. A partir de informações do chamado Monitoramento da Expansão da Transmissão é identificado que 77% do desenvolvimento geral da obra foi atingido, até o momento.
Estão em andamento os estudos pré-operacionais da interligação entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR). Essa etapa é considerada imprescindível para a efetiva integração de novas instalações ao SIN. Pela expectativa, a integração da Roraima reduzirá o consumo de combustíveis fósseis na região, refletindo na tarifa dos consumidores em todo o País.
A linha de transmissão de energia 500 kV tem três subestações subjacentes: Lechuga, Equador e Boa Vista. Segundo informações da Aneel, são aproximadamente 1.390 torres de transmissão. Essa linha foi licitada em setembro de 2011 em favor da Transnorte Energia. Apenas em setembro de 2021 foi emitida a Licença de Instalação para a obra e assinado o primeiro Termo Aditivo do contrato de concessão.
Enquanto a interligação não ocorrer, o Ministério de Minas e Energia (MME) tem buscado outras alternativas. Para o curto prazo, a importação de energia elétrica da Venezuela no atendimento do sistema isolado de Roraima é a alternativa mais econômica para os consumidores, na avaliação de especialistas ouvidos pela reportagem.
Vantagem
Segundo o ONS, a depender da carga do Estado brasileiro, é esperado um benefício econômico de até R$ 500 mil por dia com a importação de até 15 MW do sistema venezuelano, ao valor de R$ 1.096,11 por megawatt hora, considerando também os efeitos dessa operação na substituição de usinas mais caras.
Mário Menel, presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE), aponta que o preço de referência para a operação está acima de R$ 1.200 por megawatt hora, tendo em vista as usinas a gás e óleo para atendimento do estado. Nessa perspectiva, qualquer valor abaixo é vantajoso.
A importação de energia, segundo o governo, busca reduzir o peso da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) na tarifa do consumidor. Esse encargo é pago para subsidiar os custos anuais de geração e áreas não integradas ao Sistema Interligados Nacional (SIN).
“A solução da importação da Venezuela, nesse momento, é extremamente oportuna, sob o ponto de vista comercial, de ter uma energia de custo mínimo para Roraima. Nós todos pagamos o custo mais elevado da energia lá”, menciona Mário Menel, que também é presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape).
O diretor-presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE), Alexei Vivan, diz que o atendimento do sistema isolado de Roraima requer geração termelétrica predominantemente a diesel, como 58 termelétricas e uma pequena central hidrelétrica. “Até a interligação com o SIN, a importação da energia é a opção com menor custo para o consumidor”, disse.
Testes
A infraestrutura venezuelana para possibilitar a operação ainda precisa de ajustes, especificamente na linha de transmissão de energia Boa Vista – Santa Elena, que liga a Venezuela ao estado de Roraima. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) está realizando testes.
“É uma linha antiga, que requer atenção, razão dos testes exaustivos realizados pelo ONS e de solicitações adicionais feitas por este. Com a liberação pelo ONS, a linha estará em condições técnicas de ser utilizada e eventuais manutenções que sejam necessárias não parecem que atrasarão a operação”, analisa Alexei Vivan.
Na segunda quinzena de janeiro, o Operador Nacional disse que ainda precisava “da complementação de informações e análises” para a efetiva conclusão da avaliação sobre a retomada da importação de energia elétrica da Venezuela.
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